Resenha: Triângulo de 4 Lados

2.1.17
Quem já teve uma paixão platônica e que viveu suspirando e idealizando um relacionamento com o príncipe encantado vai ler "Triângulo de 4 Lados" e pensar: "Eu já fui a Sara".
Sinopse: "Unhas mal pintadas de preto e camisas de bandas. Ela ama O Diário de Bridget Jones, chocolate, e a banda Misfits. Odeia trovões, lágrimas, e ser chamada de criança. Sara Alcântara tem 17 anos e, como qualquer garota de sua idade, tem um relacionamento de amor e ódio com a mãe, com seus estudos, e com a própria vida. Ama suas amigas, que são seu suporte, e sua base. Tira boas notas na escola, por obrigação, mas deseja ser artista, porque pintar é sua verdadeira vocação.
Até aquela paixão adolescente, platônica, ela possui. Ele tem nome, sobrenome, e grau de parentesco. Rodrigo Guano é seu primo, e sonho de consumo de toda a população feminina da pequena cidade de Santa Fé, onde moram. Tudo muda quando ele a beija pela primeira vez. Então o mundo pode acabar, regimes podem cair, terremotos podem engolir a terra em rachaduras intermináveis, e Sara ainda estaria feliz. Ou assim ela pensa ser, até que viaja para Paris, para passar as férias. Quando volta, tudo está diferente, inclusive ela. Sara se vê inserida num triângulo amoroso... Ou seria um quadrado?"

"Triângulo de 4 Lados" é a típica história em que fulano ama beltrano, mas esse é apaixonado por ciclano, porém aos invés de termos apenas um triângulo amoroso, mas um quadrado amoroso. Isso, mesmo, a nossa personagem principal, Sara Alcântara é apaixonada pelo primo Rodrigo, o irmão do Rodrigo, Brent é apaixonado pela Sara, o Rodrigo só ama a si mesmo e temos também Matheus, um cara muito legal que entra no meio desse triângulo.

A Sara é a adolescente que nutre uma paixão platônica, ela suspira e fica criando cenas dela e do Rodrigo juntos, porém ela acaba idealizando um cara que na verdade não existe, por isso não enxerga o Brent, que gosta de verdade dela. Durante todo o envolvimento dela com o Rodrigo eu só pensava que ela estava se metendo em uma grande enrascada, porque ele é muito egocêntrico, imaturo e babaca, e toda vez que o Guigo aparecia eu tinha vontade de cortar os pulsos, de tamanha preguiça dele. Mas mesmo assim, eu entendia o lado da Sara, os sentimentos dela eram bem reais, então é fácil você sentir empatia. Do outro lado do triângulo temos o Brent, que é uma pessoa bem difícil, porque ele tem toda aquela pose de insensível, mas nutre uma paixão muito bonita pela prima. Matheus é o quarto elemento, que para mim não tem nada a ver, foi inserido só para gerar mais conflito em toda a história.

A narração do livro é bem diferente da que encontramos em livros YA contemporâneos, no começo da leitura até estranhei, principalmente, quando  a Sara, uma garota de 17 ano, diz a palavra efêmero, mas com o tempo você se acostuma com a escrita da Fernanda Medeiros e da Adelina Barbosa.

O livro é cheio de reviravoltas e conflitos, na verdade sempre tem alguma coisa para complicar a vida da Sara, isso me cansou um pouco, mas entendo que é para movimentar a história. Mas o que mais me incomodou foi o fato de que o período que ela viajou não foi contado no livro, me deixou com a impressão de que a vida dela só é interessante quando está em meio a confusão amorosa. O conjunto da obra é bem legal e as últimas páginas não me deixaram parar de ler. Um YA contemporâneo bem real e envolvente.



Até o próximo post!

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